A vida de Carlos Gomes dá uma guinada violenta quando Henrique Luiz Levy hospeda-se em sua casa. Nascido na frança em 1829, veio para o Brasil em 1848 e trabalhando como vendedor de joias pelas cidades do interior de São Paulo acabou conhecendo e tornando-se grande amigo do pai de Carlos Gomes, Henrique Luiz Levy costumava formar um dueto, ele á clarineta e Carlos Gomes ao piano.
Henrique Luiz Levy logo percebeu a capacidade e potencialidade musical de Carlos Gomes e solicitou ao pai de Carlos Gomes autorização para levar o garoto ao Rio de Janeiro para assistir uma ópera. O Pai de Carlos Gomes negou o pedido, pois Carlos Gomes era de suma importância para o sustento da família e faria muita falta em seu trabalho de alfaiate e principalmente, na banda da família.
Henrique Luiz Levy e Carlos Gomes
Com o tempo e a insistência de Levy, o pai de Carlos Gomes aceitou o pedido de Levy, e como tutor de Carlos Gomes rumaram não para o Rio mas sim para São Paulo aonde se hospedaram numa república de estudantes de direito da faculdade do Largo São Francisco, grato com a receptividade dos estudantes de direito Carlos Gomes escreve o Hino Acadêmico que passou a ser adotado como o hino da Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
Na sua permanência em São Paulo apresenta-se acompanhado por Levy no Teatro Palácio de SP aonde Carlos Gomes executa algumas de suas composições, o que lhe rende algum dinheiro e seguem então Carlos Gomes e Levy para o Rio de Janeiro.
Pouco tempo depois em meados de 1859, o pai de Carlos Gomes recebe uma carta de seu filho. Carlos Gomes informa ao seu pai que não voltará para Campinas, explica seus motivos e permanece no Rio de Janeiro aonde deslancha para sua carreira musical de sucesso e renome.
A vida de Carlos Gomes
Após se fixar no Rio de Janeiro, com o apoio de Dom Pedro II, foi estudar na Europa aonde teve aulas com o maestro Lauro Rossi, e torna-se Maestro formado no Conservatório de Milão.
Estreou em 1870 no Teatro Scala de Milão sua ópera “O Guarani”, com libreto de Antônio Scalvini e baseada no romance homônimo de José de Alencar. Posteriormente encenada nas principais capitais europeias, esta ópera lhe rende a reputação de um dos maiores compositores líricos da época.
Nas comemorações do aniversário de Dom Pedro II, a ópera foi encenada no Rio de Janeiro e Carlos Gomes permaneceu alguns meses no Brasil, e depois retorna para e Europa e sob tutela do Imperador inicia a composição da “Fosca” que é mal recebida pela crítica, mas que ironicamente viria a ser reconhecida como sua obra mais importante de suas obras.
Carlos Gomes permanece na Europa aonde compõe “Salvador Rosa” (1874) e “Maria Tudor” (1879), retorna ao Brasil e faz uma temporada repleta de apresentações de sucesso nas principais Cidades do Brasil.
Com o fim do império Carlos Gomes perde o apoio oficial e deixa de ser nomeado diretor da Escola de Música do Rio de Janeiro, cargo que já estava acertado por Dom Pedro.
Doente, deprimido e em dificuldades financeiras, compôs seu último trabalho, “Colombo”, que dedicou ao quarto centenário do descobrimento da América. A obra foi encenada em 1892 no Teatro Lírico do Rio de Janeiro.
Em 1895, Carlos Gomes dirigiu “O Guarani” no Teatro São Carlos, de Lisboa, cidade em que foi condecorado pelo rei Carlos I. No mesmo ano, chegou ao Pará, já bastante doente, para ocupar a diretoria do Conservatório de Música de Belém, cargo criado pelo governador Lauro Sodré para ajudá-lo. Morreu em Belém, em 16 de setembro de 1896.